Donald Trump assinou, nesta terça-feira (4/2), um decreto que retira os Estados Unidos de diversas agências da Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive do Conselho de Direitos Humanos, e pede revisão do financiamento norte-americano ao órgão internacional.
Não sendo mais parte do CDH — do qual não era Estado membro, mas observador —, os EUA suspendem todo o financiamento à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), estabelecida em 1948. De acordo com o assessor de Trump, Will Scharf, a decisão se deu “em vista das numerosas medidas adotadas por vários órgãos da ONU que demonstram um profundo viés antiamericano”.
“De maneira mais geral, a ordem executiva pede uma revisão da participação e financiamento americano na ONU à luz das disparidades absurdas nos níveis de financiamento entre os diferentes países”, informou Scharf, segundo a AFP.
A medida foi assinada no mesmo dia em que Trump se reúne com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Antes, o governante israelense havia dito que trabalhava “de maneira estreita” com presidente americano e que, a partir da parceria, seria possível “redesenhar ainda mais” o mapa do Oriente Médio.
Ainda nesta terça-feira, Trump afirmou que palestinos “adorariam” sair da Faixa de Gaza e viver em outro lugar. “Acho que ficariam encantados”, disse a jornalistas na Casa Branca. Recentemente, o presidente americano havia proposto “limpar” Gaza e transferir os habitantes da região para locais “mais seguros”, como Egito e Jordânia.
De acordo com o republicano, a Faixa de Gaza “é literalmente um local de demolição, quase tudo foi demolido e as pessoas estão morrendo lá”. Ele diz que preferiria se “envolver com algumas das nações árabes e construir moradia em outro local onde elas possam talvez viver em paz, pelo menos por um tempo”.
O emissário especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, esclareceu, nesta terça, que quando o republicano fala em “limpar” Gaza, “ele fala em torná-la habitável”. A AFP informa que o governante dos EUA recebe no dia 11 de fevereiro o rei jordaniano, Abdullah III, e conversou no último sábado (1º/2) com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi.
Até o momento, a Jordânia abriga cerca de 2,3 milhões de refugiados palestinos, enquanto o Egito tem fronteira crucial com a Faixa de Gaza. Em recentes decisões polêmicas, Donald Trump desbloqueou a entrega de bombas suspensas por Biden a Israel e anulou sanções financeiras contra colonos israelenses acusados de violência contra palestinos na Cisjordânia.
Do Correio Braziliense.