Política Social

‘Plano de contingência não foi colocado em funcionamento’, critica Paulo Câmara

Foto: Hélia Scheppa

Por: Juliano Muta/FolhaPE
Após acompanhar a visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, nesta segunda-feira (21), em Paulista, o governador Paulo Câmara (PSB) comentou sobre o trabalho de monitoramento e contenção do vazamento de óleo que atingiu o litoral pernambucano e criticou a demora do Governo Federal em agir.

“Precisa se identificar a origem, precisa-se que o plano de contingência funcione, essa questão já ocorre há quase 50 dias no Brasil e o plano de contingência não foi colocado em funcionamento, a Justiça ontem deu uma liminar justamente para que isso seja colocado porque é fundamental e é com base num planejamento que a gente vai buscar minimizar danos até porque a vinda do óleo está acontecendo”, afirmou o governador.

Ele destacou a visita a Pernambuco do ministro do Meio Ambiente prevista para essa terça-feira, mas cobrou algumas respostas. “É fundamental que achem a origem dessa questão do vazamento (…) preocupa porque a gente não tem a origem, não tem a causa, chegam de maneira muito rápida, então a gente está desde a última quinta-feira em alerta. Já chegou em São José, já chegou em Barreiros, em Tamandaré, Ipojuca, no Cabo. Então, nos próximos dias pode ainda acontecer casos no resto do litoral pernambucano, por isso que a gente está muito atento e vigilante”, disse, citando as ações que estão sendo executadas pelo Governo do Estado.

“A gente tem feito um esforço enorme na colocação de barreiras de contenção, principalmente nas entradas dos rios; o trabalho de limpeza tem acontecido em todas as praias que o óleo chega; a gente também tem 10 barcos no litoral justamente para fazer com que essas manchas quando identificadas ainda na água elas não cheguem nas praias; estamos fazendo sobrevoos diários, tanto no início da manhã como também ao logo do dia, justamente para identificar as manchas”, relatou.

“A gente está verificando todas as questões desde a última quinta-feira quando o óleo foi avistado nas imediações ali de São José da Coroa Grande vindo de Alagoas, o governo tomou todas as providências para a contenção desse óleo para que ele não chegasse aos rios. Como eu falei, nós estamos com um trabalho forte na limpeza das praias”, concluiu Paulo Câmara.

Consórcio Nordeste

“O Consórcio Nordeste está atuando. Os governadores estão fazendo o seu trabalho. Não é um trabalho fácil por falta de informação. A gente espera agora diante da decisão da justiça de que se tem que de desdobrar as providências, que socorram porque a situação exige isso. É o maior acidente ambiental da história do Brasil e não pode ser tratada, depois de 50 dias, da forma improvisada como a gente está vendo”.

Decisão judicial sobre Plano de Contingência

“A gente está agora, diante da decisão da justiça federal dada ontem, que o governo federal tome as providências nas próximas 24h, que socorra, é fundamental que o plano de contingência funcione, que todas as ações que estão previstas numa situação como essa sejam feitas, ou seja, tem que ajudar os estados na contenção dessas manchas para que elas não entrem nos rios, tem que dar o apoio necessário para a limpeza das praias e tem que atuar também para que contenha as manchas que são identificadas ainda na água. A gente espera, diante da decisão da Justiça, que se tome as providências efetivas. O Governo Federal precisa se desdobrar”, cobrou.

O governador lamenta que não tenha havido alertas em tempo hábil para que medidas mais efetivas pudessem ter sido tomadas. “A gente precisava ter tido alertas anteriores e trabalhos mais focados em fazer com que essas manchas sejam contidas ainda na água. O vazamento ocorre, isso é um fato e não tem como evitar mais”, disse.

“É fundamental que haja uma força tarefa federal para que todos os equipamentos disponíveis – seja da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica – sejam colocados à disposição para tratar dessa questão porque é o maior incidente ambiental da história do Brasil. Precisa de um esforço redobrado. A gente não sabe o dia de amanhã, não sabe as próximas semanas, não sabe os próximos meses e nem o dano que isso pode causar no meio ambiente do Nordeste, na questão futura do turismo e acima de tudo na saúde das pessoas”, concluiu Paulo Câmara.

*Com informações de Luiza Alencar, da editoria de Política

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