Caruaru Pernambuco

Jovem flagrado usando suástica é identificado e presta depoimento ao MP

Caso aconteceu nesta quinta-feira em um shopping de Pernambuco e tramita em segredo de justiça. Advogada diz que jovem de 17 anos pode ser internado em unidade socioeducativa

A Polícia Civil de Pernambuco apreendeu, nesta sexta-feira (18/6), o jovem de 17 anos que foi flagrado em um shopping center de Caruaru usando uma suástica no braço. A investigação foi instaurada após imagens do caso circularem nas redes sociais.

Um vídeo, gravado nesta quinta-feira (17/6), mostra o menor de idade com um moletom em que exibia uma imagem em menção à série “Sabrina”, remake da Netflix, e o símbolo nazista no braço. Ao ser abordado pela equipe de segurança, ele reage e diz “eu  na minha liberdade”.

O portador da câmera hostiliza a atitude: “Quer ficar famoso esse aqui. Você nem sabe o que está usando aí”. As imagens já possuem milhares de compartilhamentos e reações no Twitter.

Em seguida, a administração do centro de compras liberou o rapaz. “O usuário, nitidamente conturbado, foi flagrado pelo sistema de segurança do empreendimento e, de imediato, como visto nas imagens, foi abordado por um de nossos seguranças e expulso de nosso shopping. Aqui prezamos pela liberdade de expressão, de forma sadia e não conturbada”, informou o comunicado.

Segundo a Polícia, as publicações do adolescente na internet demonstram teor de racismo e fazem apologia à exploração sexual de crianças. Em um vídeo publicado no TikTok, o garoto estende o braço fazendo saudação nazista. Depois da repercussão, internautas denunciaram e a conta foi desativada.

Para o presidente da Associação Juventude Judaica Organizada, Persio Bider, atitudes como essa devem ser coibidas e sofrer as devidas punições. “As redes sociais amplificam esses discursos de ódio que são travestidos de liberdade de expressão, mas esse é um direito que tem limite. A internet não é uma terra sem lei”.

O representante da comunidade judaica afirma que, nos últimos anos, houve um aumento das denúncias de casos de antissemitismo. “Isto me preocupa porque daí para um atentado ou ataque em escolas é muito rápido. Por esse motivo é necessário realizar um debate para que possamos oferecer uma bagagem cultural e de conhecimento a essas crianças e adolescentes. Assim, eles poderão entender o erro”, destaca.

Em entrevista ao Correio, a advogada especialista em direito penal Jéssica Marques explica que o episódio não pode ser considerado crime, com punição de 2 a 5 anos de reclusão e pagamento de multa, por se tratar de um menor de idade.

“Será verificada a natureza do ato infracional cometido para se aplicar uma medida socioeducativa em acordo com as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A depender da análise, ele pode pegar uma internação em uma unidade socioeducativa”, afirma.

Fonte: Correio Braziliense.

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