Por Luciano Siqueira
Importa pouco medir o tamanho das manifestações de hoje, promovidas pela UNE e pela UBES e entidades de docentes, em comparação com as do último dia 15. Importa anotar o fato novo na cena política: a juventude toma as ruas.
Num ambiente de corrosão das expectativas (antes majoritariamente positivas) em relação ao governo Bolsonaro, que agora completa cinco meses, este é um fato novo relevante.
Pode contribuir para alterar, gradativamente, a correlação de forças – que emergiu das urnas de outubro adversa ao campo democrático e popular.
O movimento estudantil acumula tradição de luta democrática. Sobretudo do período de superação do Estado Novo, na década de quarenta do século passado, aos dias atuais, passando pela resistência ao regime militar instaurado em 1964.
No curso da História os fenômenos não se repetem com exata feição anterior. Guardam sempre elementos novos.
Os movimentos juvenis de agora ainda estão por revelar seus traços contemporâneos, sintonizados com as condições atuais da luta.
Porém, tudo indica, vieram para permanecer. E poderão assumir uma tendência crescente, ainda que permeado por “dias de luta” mais, ou menos, concorridos.
A bandeira de luta erguida pelos estudantes, a defesa da Educação pública, exibe a um só tempo o status de espontaneamente prioritária aos olhos da maioria do povo e a condição de minar um dos itens da agenda ultraliberal bolsonarista.
O que contém em si mesmo um poder de fogo formidável.
É acompanhar e conferir.
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